quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

"Nove de fevereiro" de Antonio Nóbrega


Desde sua entrada no grupo Quinteto Armorial, nos idos dos anos 70, o músico, dançarino e ator pernambucano Antonio Carlos Nóbrega fez da cultura popular a "pedra angular" de seu trabalho. Sua mais recente realização é a turnê do disco "Nove de frevereiro", que encerra sua temporada no Rio desta quinta-feira até o domingo no Teatro Sesc Ginástico, no Centro.

No último fim de semana, ao fim do show, o artista e o público deixaram o teatro para cantar e dançar em pleno asfalto, levando para a Av. Graça Aranha uma grande festa ao som do frevo.

"O frevo não é só pernambucano. É tão brasileiro quanto o samba ou o baião. A recepção do show no resto do Brasil é tão boa quanto em Recife. A diferença é que as pessoas aqui não têm as músicas na memória. Se bem que mesmo a maioria dos pernambucanos só sabe mesmo quatro ou cinco músicas de Capiba. É como o chorinho, que o brasileiro gosta mas só conhece "Carinhoso" e mais seis ou sete músicas", explica.

"Nove de fevereiro" faz uma referência ao dia 9 de fevereiro, data em que se comemora o Dia do Frevo, gênero que completa 100 anos em 2007. O projeto compreende a criação de espetáculos, gravações de CDs (o volume 2 do disco foi lançado este ano) e DVD, oficinas de dança e música e encontros com compositores. Uma das intenções do projeto é tirar do imaginário da população que o frevo é só música para carnaval.

"Um dos impulsos de criação do espetáculo é o objetivo de tirar o frevo dessa sazonalidade. O frevo deve, sim, ser tocado fora do carnaval, senão vai ficar sempre dentro desse gueto", diz.

Aos poucos, Nóbrega vai alcançando seu objetivo. Depois do lançamento de "Nove de frevereiro - Volume dois", o multiartista decidiu montar o show, que lotou as seis noites em sua temporada no Recife, três finais de semana em São Paulo. No Rio de Janeiro, restam poucos ingressos para o fim da turnê na cidade, que começou na sexta-feira passada e vai até este domingo.

"Isso nunca tinha acontecido antes. Ainda não é o ideal, o frevo precisa seguir com sua caminhada. A gente fica contente com o que está conseguindo", conta.

Nenhum comentário: