quarta-feira, 26 de setembro de 2007

'O ano em que meus pais saíram de férias' representará o Brasil no Oscar

"O ano em que meus pais saíram de férias" foi a produção escolhida para tentar uma indicação na categoria de filme estrangeiro no Oscar. A produção de Cao Hamburger derrotou o favoritismo de "Tropa de elite", que havia estreado em apenas 1 cinema de Jundiaí, antes de entrar nacionalmente em circuito, com o objetivo de concorrer à vaga.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura nesta quarta-feira (26), no Rio de Janeiro, juntamente com uma comissão formada pelos jornalistas Ana Paula Sousa e Pedro Butcher, os cineastas Hector Babenco e Bruno Barreto e os críticos Rubens Ewald Filho e Leon Cakoff. Outros 17 títulos concorriam à vaga. A entrevista coletiva que anunciou o escolhido foi antecipada das 16h para as 14h. A notícia da indicação foi dada a Cao Hamburger pelo canal Globonews.

“É muito bom ter sido escolhido para representar o Brasil. Mas quero dizer que eu gosto muitos dos outros filmes que estavam concorrendo, são filmes com carreiras consistentes, e é uma honra fazer parte dessa nova onda do cinema brasileiro”, afirmou o diretor, ainda surpreso com a novidade.

Questionado se ele acredita que o filme teria chances de concorrer efetivamente, Hamburguer afirmou que pretende trabalhar o longa no exterior e que os distribuidores internacionais acreditam nas chances do longa. “Até mais que a gente”, confessou. “Independente de sermos escolhidos ou não pela Academia [para concorrer ao Oscar], é importante ter filmes de qualidade e com pegada diferente, é importante mostrar que o cinema brasileiro é bem feito e variado”, encerrou o diretor. "O ano em que meus pais saíram de férias" é o 2º longa de Hamburguer e retrata uma criança que viaja com os pais de Minas Gerais para São Paulo. Eles dizem que vão tirar férias e, por isso, deixarão Mauro (Michel Joelsas) na casa do avô (Paulo Autran, em participação especial) por um tempo. O motivo da separação temporária é que os pais de Mauro estão sendo perseguidos pelo regime militar. O pano de fundo do filme é a Copa do Mundo de 1970 e o tricampeonato da seleção brasileira de futebol.Os 5 indicados à categoria de filme estrangeiro serão anunciados no dia 22 de janeiro, e a cerimônia do Oscar ocorre em 24 de fevereiro.

Na coluna de Mônica Bergamo na "Folha de S. Paulo" de hoje, a equipe de "Tropa de Elite" acreditava que a produção teria poucas chances de indicação, por conta do argumento de que "filme violento não faz sucesso no Oscar". Já "O Ano em que meus pais saíram de férias" tem a vantagem de conter vários elementos que costumam agradar à Academia, com sua história de um garoto deixado sozinho pelos pais em fuga do regime militar brasileiros, e irá estrear nos Estados Unidos em dezembro - requisito necessário para poder concorrer ao Oscar.

Fonte: G1(Cinema)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Jornal inglês dá destaque a ‘Tropa de elite’ e afirma que o Rio de Janeiro é a capital do Brasil

O site do jornal inglês “Guardian” traz, nesta segunda-feira (24), uma reportagem sobre o filme “Tropa de elite”. O texto destaca as cenas de violência do filme, passado no Rio de Janeiro, “uma cidade cada vez mais violenta”. “Tiroteios, execuções sumárias, sessões de tortura e corpos incinerados dentro de pneus”, descreve.
Enquanto relata a polêmica que o filme vem causando no país e do que se trata o roteiro, a reportagem cita o Rio de Janeiro como a capital do Brasil. “Baseado no cotidiano de forças táticas que operam na capital do Brasil, o filme já pode ser considerado um dos mais controversos da história do país”, afirma o jornal.
A pirataria também virou assunto da reportagem, assim como a repercussão negativa do longa entre os policiais. “Dezenas de milhares de cópias piratas foram distribuídas por vendedores ambulantes, enquanto um grupo de policiais tentou banir o filme dos cinemas.”
O filme é sobre o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), cuja estréia nos cinemas está prevista para outubro, já foi alvo de pirataria e está sendo vendido em cópias ilegais por camelôs, no Rio de Janeiro. A versão pirata, que está sendo oferecida a R$ 10 no comércio informal, corresponde, segundo o diretor, ao "3º corte [versão editada] do filme" e, de acordo com José Padilha, há registros "de todos os que puseram a mão nessa cópia".
O cineasta diz que, no ponto em que estão, as investigações demonstram que "o elo entre o cara que roubou e o mercado de pirataria é um PM, o que comprova a tese do filme".
"Tropa de Elite", protagonizado pelo ator Wagner Moura, no papel de um capitão do Bope inspirado numa fusão de personagens reais, enfoca práticas de corrupção e atos de violência desmedida cometidos por membros da corporação.
Durante as filmagens, no ano passado, no Rio, a equipe foi alvo de um roubo. Os ladrões abordaram uma van que transportava um carregamento de armas cenográficas e levaram o armamento.
"Tropa de Elite" abriu o Festival do Rio, no dia 20 deste mês, e será submetido também às seleções dos festivais Sundance (janeiro de 2008) e de Berlim (fevereiro de 2008), e tem o objetivo de se enquadrar nas regras de inscrição para representar o Brasil no Oscar 2008.
José Padilha diz que "ninguém sabe o efeito" que as vendas piratas terão sobre a bilheteria do filme, mas acredita na chance de não haver prejuízo à performance da venda de ingressos. Ainda assim, ele está chateado com a divulgação de sua obra inacabada. "É como se você fosse um escritor e as pessoas estivessem lendo o rascunho de seu livro."