sexta-feira, 18 de março de 2011

Ariano Suassuna: “Sou um admirador das mulheres”

Biografia:
Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro.
É um dos mais importantes dramaturgos brasileiros, autor dos célebres Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, é um defensor militante da cultura do Nordeste.

Ele nasceu na Cidade da Paraíba (hoje João Pessoa), capital da Paraíba (Parahyba em ortografia arcaica), filho de Rita de Cássia Vilar e João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna (1886-1930) que cumpria o mandato de presidente do Estado (atualmente equivale ao cargo de Governador). Este dia era dia de Corpus Christi, o que acabou por ocasionar a parada de uma procissão que parecia ocorrer devido ao dia de seu nascimento na frente do palácio do governo do Estado. Ariano viveu os 1º anos de sua vida no Sítio Acauã, no sertão do estado da Paraíba.

Aos 3 anos de idade (1930), Ariano passou por um dos momentos mais complicados de sua vida com o assassinato de seu pai no Rio de Janeiro, por motivos políticos, durante a Revolução de 1930, o que obrigou sua mãe a levar toda a família a morar na cidade de Taperoá, no Cariri paraibano.

Ainda em Taperoá, Ariano teve conhecimento da morte do seu pai, que ocorreu dentro da cadeia de eventos que sucederam e estavam ligados à morte de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, e, como produto destes acontecimentos, sua família precisou fazer várias peregrinações para diferentes cidades, a fim de fugir das represálias dos grupos políticos opositores ao seu falecido pai.

De 1933 a 1937, Ariano ainda em Taperoá, fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de "improvisação" seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

No dia 19 de janeiro de 1957, casa-se com Zélia de Andrade Lima, com a qual teve 6 filhos: Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana.

Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo do Império Serrano, no carnaval carioca; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista.
Estudos:
Em 1942, ainda criança, Ariano Suassuna muda-se para cidade do Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino ginasial no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colegial (ensino médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia (1964.)

De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra.

Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945, quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do Comercio do Recife.

Advocacia e teatro:
Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961.

Entre 1951 e 1952, volta a Taperoá, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou Torturas de um coração. Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956, dedica-se à advocacia e ao teatro.

Em 1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.
Em 1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de livre-docência, intitulada "A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira".
Ariano acredita que: "Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial."

Movimento Armorial:
Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.

As obras dele já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.
Obras selecionadas:
Uma mulher vestida de Sol, (1947);
Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948);
Os homens de barro, (1949);
Auto de João da Cruz, (1950);
Torturas de um coração, (1951);
O arco desolado, (1952);
O castigo da soberba, (1953);
O Rico Avarento, (1954);
Auto da Compadecida, (1955);
O casamento suspeitoso, (1957);
O santo e a porca, (1957);
O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958);
A pena e a lei, (1959);
Farsa da boa preguiça, (1960);
A Caseira e a Catarina, (1962);
As conchambranças de Quaderna, (1987);
Fernando e Isaura, (1956)"inédito ate 1994";
Romance:
A História de amor de Fernando e Isaura, (1956) ;
O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971);
História d'O Rei degolado nas caatingas do sertão/Ao sol da Onça Caetana, (1976);

Poesia:
O pasto incendiado, (1945-1970) ;
Ode, (1955);
Sonetos com mote alheio, (1980) ;
Sonetos de Albano Cervonegro, (1985);
Poemas (antologia), (1999)
Auto da Compadecida:
É um filme brasileiro de 1969, do gênero comédia, dirigido por George Jonas e roteiro de Ariano Suassuna e George Jonas, baseado na premiada peça de Ariano Suassuna, A Compadecida.
Foi gravado em Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.

Sinopse:
Narra as aventuras de 2 amigos inseparáveis: João Grilo e Chicó, empregados na casa do padeiro, que, por sua vez, é a representação da burguesia rica. Os dois amigos tentam convencer o sacristão, o padre e o bispo a aceitarem enterrar um cachorro no cemitério local, mas isso se mostra uma tarefa nada fácil. A astúcia dos 2 acaba criando várias aventuras, confusões e situações engraçadas.

sábado, 12 de março de 2011

Aniversário do Recife será comemorado no bairro da Várzea!!!

(Carnaval Recife 2011 - Pólo Várzea)
Depois da folia carnavalesca, a festa continua no Recife para comemorar o aniversário de 474 anos da cidade (12 de março). A celebração começa amanhã, sábado (12) com bolo gigante, que pela 1ª vez será cortado fora do centro da cidade, um desdobramento da política de descentralização dos festejos promovidos pela Prefeitura. O tradicional bolo de aniversário será cortado pelo prefeito João da Costa, às 10h, na Praça da Várzea. Na ocasião, o gestor também assinará a ordem de serviço para a construção de 15 Academias da Cidade. Já o concerto da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) acontece no domingo (13), às 18h, no Marco Zero, e terá como regente convidado o Maestro Duda. A programação ainda se estenderá por todo o mês de março, com inaugurações e assinaturas de ordens de serviços para realização de obras na Capital.
O bolo pesará 474 quilos, o mesmo número de anos da cidade, e deverá deliciar uma multidão de recifenses que sempre comemoram com muita alegria o aniversário do Recife. Além do bolo, e de apresentação de grupos culturais, a festa será marcada pela assinatura das ordens de serviços de 15 Academias da Cidade, pelo prefeito João da Costa. As invenções fazem parte do 2º Plano de Obras do OP, lançado em abril do ano passado, através de um convênio entre a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado.
Ao todo, o 2º Plano prevê a execução de 61 obras eleitas pela população nas reuniões do programa municipal. Serão investidos R$ 51,5 milhões em serviços de drenagem, pavimentação e contenção de encostas de 23 ruas, urbanização de 2 canais, contenção de encostas e escadarias em 16 vias, além da construção de 20 Academias da Cidade.
Durante a apresentação da Orquestra Sinfônica do Recife, o maestro Osman Giuseppe Gioia passa a batuta para o maestro Duda, homenageado da folia recifense deste ano, que regerá todo o concerto. O repertório é todo formado por composições do próprio homenageado. “Duda é um dos compositores mais ecléticos que conheço. Ele passeia por vários ritmos, tanto os nordestinos quanto os brasileiros e até internacionais, mas sempre com a peculiaridade dele. As peças são fáceis de tocar, muito bem escritas e soma muito bem”, explica Gioia, regente oficial da OSR.
Um dos momentos marcantes da apresentação será a execução da Suíte Monette (o nome é uma referência ao americano David Monette, famoso fabricante de instrumentos de metal), que terá como solistas o trompetista Nailson Simões e trombonista Nilson Amarante. A música traz 4 movimentos, com ritmos de ciranda, balada de blues, valsa e boi bumbá.
"O maestro Duda foi o homenageado no Carnaval do Recife e agora é ele que homenageia a cidade no seu aniversário. Esta é mais uma oportunidade que a Prefeitura do Recife oferece à população para conhecer a obra de um dos maiores artistas da nossa história", considerou a presidente da Fundação de Cultura, Luciana Félix.
O programa do concerto será executado pela formação completa da OSR, com cerca de 80 músicos. Fantasia Carnavalesca, Serenata do Capibaribe, Suíte Nairan, Música para Metais nº 2, Fantasia para Trompete e Trombone, e Suíte Nordestina são algumas das músicas que serão apresentadas no Marco Zero, no Bairro do Recife.
HISTÓRIA - Em 12 de março de 1537 exatamente, a capital do estado de Pernambuco, Recife, era fundada. Na época, Recife era uma pequena colônia de pescadores. O nome foi escolhido por causa dos arrecifes - rochedos de coral e arenito formando uma muralha natural que circundam todo seu litoral. Localizada na foz dos rios Capibaribe e Beberibe, Recife ficou conhecida como a "Veneza brasileira", em alusão à cidade italiana com inúmeros canais e pontes atravessando seus rios.
Por ser uma cidade litorânea, logo foi construído um porto, utilizado por Olinda, na época, capital da Capitania, para escoar a produção de açúcar. O núcleo primitivo urbano da Cidade nascido com o Porto do Recife era constituído originalmente por conjunto de estreitas ilhas e camboas, resultantes das ações de depósito trazidos pelos rios e pelas correntes marítimas e do aterro de manguezais, em diversos momentos da história.
Até a chegada dos holandeses (1630), Recife dependia de Olinda - local de moradia da aristocracia do açúcar. Os invasores preferiram se estabelecer nas terras baixas do Recife, seja porque o sítio de Olinda não favorecia aos seus interesses militares e comerciais, seja pela semelhança do sítio do Recife com as terras da Holanda. A ocupação foi sendo feita por soldados, colonos, habitantes de Olinda (incendiada pelos holandeses) e por imigrantes judeus.
A intervenção holandesa (1637-1654) foi um fator decisivo para o direcionamento dos 3 eixos de urbanização da parte central do Recife, com a construção de fortes e redutos para impedir os ataques por terra e, também, através da intervenção planejada de Maurício de Nassau. O 1º eixo seguiu em direção ao norte do bairro do Recife, no caminho para Olinda, onde atualmente, encontra-se a Fortaleza do Brum e a fábrica de biscoitos Pilar. O 2º eixo atravessou o rio Capibaribe e ocupou a ilha de Antônio Vaz, atuais bairros de Santo Antônio e São José. Ainda durante século XVII, construiu-se a Fortaleza das Cinco Pontas e a ligação por dique, deste forte ao "Aterro dos Afogados", atual Rua Imperial. O 3º configurou-se nos meados do século XVIII a partir da implantação do aterro da Boa Vista, na margem esquerda do Capibaribe, contornado a Rua da Imperatriz e, na parte mais firme, o bairro da Boa Vista.
(bandeira do Recife)
Fontes: Blog do Jamildo / Diário de Pernambuco / Folha de Pernambuco / PE 360 graus

quarta-feira, 9 de março de 2011

08/03/2011 - Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para 10 horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data:
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras:
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
Marcos das Conquistas das Mulheres na História:
* 1788 – o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
* 1840 – Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
* 1859 – surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
* 1862 – durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela 1ª vez na Suécia.
* 1865 – na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
* 1866 – No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.
* 1869 – é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
* 1870 – Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
* 1874 – criada no Japão a primeira escola normal para moças
* 1878 – criada na Rússia uma Universidade Feminina
* 1901 – o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

Fonte: Site do Colégio Sacramento