quinta-feira, 28 de maio de 2009

No fundo do mar

Mais um rebocador é afundado no litoral recifense com o objetivo de estimular o fluxo de turistas mergulhadores na cidade, considerada a Capital do Mergulho em Naufrágios pela exuberante vida marinha, água transparente com média de 20m de visibilidade, água quente com média de 28º de temperatura, além da grande quantidade de naufrágios mergulháveis.Os trabalhos estão sendo realizados esta manhã pela Associação das Empresas de Mergulho do Estado de Pernambuco (AEMPE), em parceria com as universidades UFPE e UFRPE e empresa de rebocadores Wilson Sons. O rebocador, doado pela empresa Wilson Sons para AEMPE, e será o 8º naufrágio artificial do Recife e o 10º em Pernambuco (os outros 2 em Serrambi). A expectativa é que em poucos dias o Walsa esteja povoado por peixes e demais animais marinhos.
Em maio de 2006 a AEMPE afundou 3 rebocadores (Taurus, Saveiros e Mercúrius) iniciando a criação do Parque de Naufrágios Artificiais de Pernambuco PNAPE). Todos os afundamentos foram feitos com autorização da Marinha, IBAMA e CPRH. Em 2006 o naufrágio Mercúrius ficou fechado para turismo de mergulho, com acesso exclusivo para os pesquisadores das universidades UFPE e UFRPE coordenados pelo Professor Fábio Hazin.
Este ano além das autorizações da Marinha e CPRH, teremos a primeira Licença Ambiental emitida com essa finalidade pelo IBAMA de acordo com a nova Instrução Normativa nº 125/2006. Nos demais afundamentos foram emitidos apenas autorizações mas sempre dentro dos critérios técnicos exigidos.
Pioneirismo - Não existe no Brasil nenhum programa para criação de recifes artificiais com navios como o da capital pernambucana, que tem a maior quantidade de navios afundados exclusivamente para o turismo de mergulho e pesquisas científicas. No estado de Pernambuco são mais de 200 afundamentos, a maioria não localizados, desmatelados ou enterrados. Desses, pouco mais de 30 são visitados com regularidade para turismo de mergulho.
Temos recebido mergulhadores de diversos estado do Brasil e de outros países. Em sua maioria ficam um média 3 dias mergulhando e em muitos casos vem a a finalidade exclusiva de mergulhar ficando 5 dias no recife.Confira a relação dos naufrágios artificiais e ano de afundamento:

1998: Marte (Serrambi)
1999: Gonçalo Coelho (Serrambi)
2002: Servemar X, Minuano e Lupus (Recife)
2004: Servemar (Recife)
2006: Taurus, Saveiros e Mercúrius (Recife)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Beleza ameaçada

Um biólogo marinho lançou na Austrália um programa pioneiro para tentar salvar espécies ameaçadas de cavalos-marinhos.

O biólogo marinho David Harasti, da Universidade de Newcastle, na Austrália, criou filhotes de 2 espécies não-ameaçadas em cativeiro nos últimos 6 meses e soltou-os em seu habitat natural, na baía de Sydney.
A maioria das espécies de cavalos-marinhos não se adapta bem ao cativeiro, apresentando alto nível de estresse e baixo índice de reprodução. A esperança do experimento é que os filhotes sobrevivam sozinhos.
Se a experiência, realizada com animais das espécies cavalo-marinho-de-barriga, a maior espécie existente, e o cavalo-marinho-branco, der certo, o programa poderá ser usado com espécies em extinção em outros países.
"Estamos testando se cavalos-marinhos nascidos em cativeiro se adaptam à natureza, pois poderíamos introduzir o programa em outros países onde as populações estão diminuindo, como Filipinas, Vietnã e Indonésia (que possui o maior número de cavalos-marinhos do mundo), disse ele à BBC Brasil.
Teste
22 filhotes foram liberados em condições de água diferentes em Sydney. Uma mais calma, e outra mais agitada, para ver em qual ambiente os cavalos-marinhos se adaptariam melhor. "Assim, vamos observando e coletando informações valiosas desses animais", disse. Todos os filhotes, identificados por uma pequena etiqueta fluorescente, devem ser monitorados por mergulhadores a cada 2 semanas.
"A principal coisa é ver se os nascidos em cativeiro sobreviverão na natureza assim que liberados", disse o biólogo, que faz o experimento com cavalos-marinhos-brancos (Hippocampus whitei). "Como ainda sabemos muito pouco sobre os cavalos-marinhos, não podemos fornecer estatísticas de suas populações", disse ele, que cita a espécie Hippocampus colemani como a mais rara.
'Apaixonados'
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, há 8 espécies ameaçadas no planeta. A organização lista o cavalo-marinho-do-cabo, nativo da África do Sul, como a espécie mais ameaçada.
Para Harasti, a maior ameaça dos cavalos-marinhos é a pesca abusiva - motivada, entre outras coisas, pelo uso do animal na medicina tradicional chinesa -, além do desenvolvimento urbano e degradação dos habitats.
O cientista diz que, com o passar dos anos, a perda de habitats naturais como campos de esponjas, corais e algas, levaram algumas espécies da Austrália a habitar regiões ao redor das redes especiais de proteção contra tubarões. "Agora eles dependem delas, pois se adaptaram às mudanças humanas", disse Harasti, que acrescentou que as redes são "perfeitas" para os animais, já que fornecem proteção contra predadores.
A Austrália abriga ao menos 20 das 60 espécies de cavalos-marinhos conhecidas no mundo, o que a torna o país possuidor da maior diversidade de espécies de cavalos-marinhos no mundo. Novas espécies continuam a ser descobertas.
Recentemente a menor espécie de cavalo-marinho do mundo foi encontrada próxima a costa da Indonésia. O Hippocampus denise tem apenas 16 milímetros de comprimento.
O pesquisador diz que os cavalos-marinhos são a única espécie do mundo na qual o macho dá à luz, podendo produzir cerca de 100 filhotes de uma vez.
Segundo o Harasti, quando a fêmea e o macho iniciam o processo de acasalamento, ficam juntos durante toda a temporada. "Recentemente descobrimos também que eles são monogamistas de longo-prazo, pois os pares continuam juntos nas temporadas seguintes de acasalmento".
Fonte: BBC Brasil