sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Sobre o Amor...

"Fizeram a gente acreditar que o amor, amor mesmo pra valer, só acontece uma vez geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram pra nós que o amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta.

A gente cresce através da gente mesmo.

Se estivermos em boa companhia é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada “dois em um”: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.

Não nos contaram que isso tem nome: anulação.

Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que podemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho.

E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

(Autor: John Lennon)

terça-feira, 31 de julho de 2007

O véu de uma recordação cósmica

As estrelas nascem e morrem em um processo contínuo, desde o início do Universo. Mas como elas nascem, o tempo que elas vivem e como elas morrem são características ditadas pela sua quantidade de massa. Estrelas com mais massa têm uma vida de mais luz, mais calor e mais brilho, mas morrem mais rápido em explosões de supernovas espetaculares. Uma dessas explosões ocorreu há uns 5 ou 10 mil anos e espalhou elementos químicos pesados pela galáxia. Mas também deixou uma bela recordação.

Esta imagem do Telescópio Espacial Hubble mostra detalhes sem precedentes da Nebulosa do Véu, também conhecida como Laço de Cygnus, uma verdadeira bolha em expansão. Essa bolha foi criada por uma onda de choque se propagando a 600 mil quilômetros por hora, resultante da explosão de uma supernova. Quando essa onda se choca com o gás do meio interestelar, a temperatura atinge milhões de graus. Quando o gás esfria, começa a brilhar com cores variadas que denunciam as diferentes espécies químicas presentes nele. As imagens em si foram obtidas com a Câmera Planetária e de Campo Largo do Hubble e ressaltam emissão proveniente do enxofre, hidrogênio e oxigênio.

A Nebulosa do Véu tem sido sido usada como base para o estudo de remanescentes de supernova de “meia-idade”, ou seja, supernovas não muito recentes. Isso porque ela está a apenas uns 1.500 anos-luz e pode revelar detalhes fantásticos como esses, além de se espalhar por 3 graus no céu, representando quase o espaço ocupado por 6 Luas Cheias.

Alguns desses detalhes mostram que a nebulosa é formada por feixes de filamentos brilhantes e alguma névoa colorida permeando esses feixes. Tanto os filamentos quanto a névoa têm origem no mesmo princípio: a onda de choque. O que diferencia um caso do outro é a geometria; no caso dos filamentos, a onda de choque é vista de perfil, enquanto a névoa mostra a onda de choque vista de frente. Assim funciona o ciclo de enriquecimento químico da galáxia.

Uma supernova como essa que explodiu há 10 mil anos sintetiza e espalha elementos químicos no meio interestelar e esse material contamina o gás. Depois de milhões de anos, o gás pode se condensar e formar outras estrelas. Da mesma nuvem que formou essa estrela de segunda geração podem se formar planetas, que carregam os elementos químicos gerados lá naquela explosão. Essa é a origem de iodo, ouro, mercúrio e chumbo, por exemplo, que hoje temos aqui na Terra.