terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Filme "Turistas" é alvo de boicote na internet


Correntes de e-mails e blogs têm divulgado nos últimos dias uma mesma mensagem contra o filme de terror, que tem o Brasil como cenário e uma trama na qual um grupo de jovens vem ao país, é roubado, seqüestrado e cai nas mãos de uma quadrilha de tráfico de órgãos. Em "Turistas", cariocas falam espanhol, e selvas ficam ao lado de metrópoles.

A autoria do manifesto é incerta -nas correntes de e-mail, a mensagem é anônima; em blogs, o mesmo texto é assinado por mais de uma pessoa. A carta descreve o enredo de "Turistas", diz que "a Embratur está preocupada com a péssima repercussão do filme lá fora" e incita os destinatários: "Vamos fazer deste absurdo, pelo menos aqui no Brasil, um fracasso total de bilheteria".

"Turistas" estreou nos EUA na última sexta, sob críticas negativas dos principais jornais americanos --de modo geral, foi definido como "entediante". No final de semana em que estreou em pouco mais de 1.500 salas, o filme terminou em 8º lugar no ranking de bilheterias, arrecadando U$ 3,5 milhões (quase R$ 8 milhões).

A campanha americana inclui o site Paradise Brazil (www.paradisebrazil.com), ligado à página oficial do filme. Além de mostrar mulheres mortas numa praia, o site traz a seção "Notícias", que destaca: 1) ações do PCC em São Paulo; 2) seqüestros no Brasil para tráfico de órgãos; 3) realização no país de "snuff movies", filmes em que cenas de mortes são reais; e 4) a revolução musical dos tropicalistas em 1967, incluindo um clipe de "Panis et Circensis", dos Mutantes.

Além disso, o trailer americano do filme começa com americanos se divertindo no Brasil e a frase: "Em um país onde tudo é possível, qualquer coisa pode acontecer".

O diretor da Paris conta que a campanha brasileira de divulgação tratará "Turistas" como uma ficção, fugindo do mote explorado pelos americanos. Mas concorda que a polêmica aumenta o potencial comercial do filme. "Tudo o que é polêmico no Brasil faz sucesso"

Em nota divulgada na semana passada, a Embratur disse crer que "o espectador saberá diferenciar a realidade da ficção", mas que monitora a repercussão do filme nos EUA e trabalha para "reverter eventuais efeitos negativos".

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