terça-feira, 26 de dezembro de 2006

A pílula antibarriga


É o rimonabanto, o novo medicamento contra a obesidade capaz de fazer a cintura encolher 8 centímetros em menos de um ano e que deve chegar às farmácias brasileiras agora, em 2007

Ao contrário das mais recentes drogas para emagrecer, como a sibutramina, que estimula a sensação de saciedade, e o orlistat, capaz de impedir a absorção de 30% de gordura no intestino, o rimonabanto bloqueia a ação de substâncias conhecidas como endocanabinóides, compostos parecidos com os da maconha, que provocam um barato natural na nossa cabeça — sem falar numa gula avassaladora.

Nestes tempos de estresse não é de estranhar que a epidemia de obesidade cresça a passos largos. A tensão do dia-a-dia pode tornar o sistema endocanabinóide hiperativo, propulsionando o ponteiro da balança para o alto.

O rimonabanto vai ser indicado para quem já briga com esse equipamento. Isto é, para obesos propriamente ditos e para os indivíduos com sobrepeso ou o IMC acima de 27, associado ao que os médicos rotulam de risco cardiometabólico, um daqueles fatores da síndrome que acompanham a barriga, como a hipertensão.

"Ele não será prescrito para aquela menina que quer perder 3 quilos só para ir à praia", afirma o endocrinologista Marcos Tambascia, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Os pacientes também tiveram melhoras nas taxas de açúcar no sangue, nos níveis de HDL, queda da pressão arterial e dos triglicérides. Sem falar, é claro, na sensação de saciedade e na diminuição da cintura. E isso é uma ótima notícia porque a gordura acumulada no abdômen produz aquela série de substâncias desencadeadoras de várias encrencas cardiovasculares.

Com a promessa tentadora de aniquilar a barriga com um comprimido, vale mais do que nunca a reflexão:
"Será que, para emagrecer, todo mundo precisa mesmo do auxílio de algum tipo de medicamento?" "Os remédios podem ser úteis numa primeira fase", diz o endocrinologista Durval Damiani. "Mas sem a mudança de hábitos o indivíduo volta a engordar"

Nenhum comentário: