Há 40 anos, morria o pastor e ativista negro Martin Luther King, assassinado num hotel de Memphis, no Tennessee (EUA), região sulista onde a segregação racial era mais acirrada. No período decorrido desde então, os Estados Unidos mudaram muito, para melhor e para pior. Na política externa, tornaram-se hegemônicos após o colapso da União Soviética. Perderam a Guerra do Vietnã, mas não pararam de guerrear em todas as partes do mundo e hoje estão metidos num beco sem saída no Iraque e no Afeganistão. Mas internamente temos a aplaudir uma maior prosperidade econômica, só abalada agora pela bolha do crédito habitacional, e uma muito mais ampla integração racial, inimaginável nos tempos de King.
King nasceu em Atlanta, capital da Georgia, a 15 de janeiro de 1929, numa família negra de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe, professora. Aos 19 anos, tornou-se também pastor da Igreja Batista e mais tarde se graduou em teologia, tendo feito pós-graduação na Universidade de Boston. Logo dedicou-se à resistência não violenta pelos direitos civis dos afro-americanos, sobretudo contra as práticas de discriminação racial antiafro, mais arraigadas nos Estados do Sul, vencidos na Guerra de Secessão. Como aconteceu no Brasil, mesmo após a libertação dos escravos, os negros ali permaneceram afastados das oportunidades de enriquecimento e de ascensão social.
King nasceu em Atlanta, capital da Georgia, a 15 de janeiro de 1929, numa família negra de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe, professora. Aos 19 anos, tornou-se também pastor da Igreja Batista e mais tarde se graduou em teologia, tendo feito pós-graduação na Universidade de Boston. Logo dedicou-se à resistência não violenta pelos direitos civis dos afro-americanos, sobretudo contra as práticas de discriminação racial antiafro, mais arraigadas nos Estados do Sul, vencidos na Guerra de Secessão. Como aconteceu no Brasil, mesmo após a libertação dos escravos, os negros ali permaneceram afastados das oportunidades de enriquecimento e de ascensão social.
Principalmente no Sul, levavam uma vida de permanentes humilhações, não podendo morar em bairros de brancos nem freqüentar as mesmas escolas que eles, entre outras normas e práticas discriminatórias. Os assassinatos de afrodescendentes eram freqüentes e eles não tinham condições de ser amparados pela Justiça dominada por brancos segregacionistas e fanáticos. Havia até uma sociedade secreta chamada Ku Klux Klan, que justiçava, ou simplesmente dizimava os negros, à margem da Justiça. Muito bem registrada no filme 'Mississippi em chamas'. Tudo isso olhado com naturalidade pelos poderes públicos e pela sociedade branca.
Por suas posições e atitudes anti-discriminação, na linha do indiano Mahatma Gandhi, King passou a ser considerado um líder e um herói nas comunidades negras. Em 1955, quando era pastor em Montgomery, capital do Alabama, iniciou sua luta apoiando ativamente um protesto que durou um ano contra a segregação dos negros no transporte público da cidade. Ele organizou e deu consistência ao movimento obrigando a autoridade municipal a dar por finda a separação obrigatória entre brancos e afros nos transportes. Foi assim que King iniciou sua trajetória de defensor dos direitos civis dos americanos de sua etnia, até então tratados como cidadãos não plenos, pelo que foi preso diversas vezes. Criou uma organização de igrejas e pastores negros cujo objetivo era pôr fim às leis segregacionistas.
No início dos anos 60, passou a liderar protestos em diversas cidades do país e promover manifestações contra a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Foi a época da Marcha sobre Washington em 63, ano da morte do presidente Kennedy, simpático ao movimento. No ano seguinte, King foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Mais tarde, aderiu ao movimento de protesto contra a Guerra do Vietnã. Ficou famoso o seu discurso conhecido como I have a dream (Eu tenho um sonho), proferido na Marcha sobre Washington. Dizia que, 100 anos depois da emancipação dos escravos, o negro ainda não era livre.
E continuava: “100 anos depois, a vida do negro ainda é tristemente inútil pelas algemas da segregação e as cadeias da discriminação. Cem anos depois, o negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. [...]Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas da democracia. [...]Eu digo a vocês hoje, meus amigos, [...]que eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença: nós celebraremos estas verdades e será claro para todos que os homens são criados iguais. Passados 45 anos do I have a dream, um afro-americano é pré-candidato à presidência dos EUA, com grandes chances de chegar lá.
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