terça-feira, 11 de setembro de 2007

6 anos dos ataques de 11 de Setembro de 2001

Seis anos depois do maior ataque terrorista da história, o cérebro por trás dos aviões que destruíram as torres gêmeas em Nova York ainda está foragido.

A inteligência americana acredita que Osama Bin Laden está escondido nas montanhas de Tora-Bora, na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Mas nunca conseguiu chegar realmente perto do líder da Al-Qaeda - nem mesmo oferecendo US$ 50 milhões (cerca de R$ 100 milhões) pela sua captura.
Neste mesmo período os americanos continuaram vivendo com medo de novos ataques. Dias atrás Bin Laden reapareceu em um novo vídeo, criticando a "fraqueza" dos Estados Unidos. E uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira revela que 91% da população acredita na iminência de encarar o terrorismo em seu país.
Mesmo à sombra de seu esconderijo, o homem mais procurado do mundo continua presente no inconsciente dos americanos.
Mas onde estará Bin Laden? Como estará vivendo? E, principalmente, qual a força e o grau de organização de seu grupo para cometer novos ataques terroristas nos Estados Unidos e em países que se aliaram a George W. Bush na "guerra ao terror"?
A revista Newsweek arregimentou 13 de seus melhores repórteres para tentar responder a essas perguntas. Em edição do dia 3 de setembro publicou uma reportagem especial na qual aponta algumas direções.
Diz que Bin Laden vive escondido em túneis subterrâneos em Tora-Bora, constantemente mudando de lugar. Lá, ele é chamado de "Sheik" por seus aliados. Afirma também que há uma equipe de guarda-costas de prontidão. Se houver algum risco de ele ser capturado, a ordem para os seguranças é matá-lo e, em seguida, se suicidar.
Segundo a revista, oficiais da CIA (a agência de inteligência americana) apelidaram Bin Laden de Elvis - é um homem que está aqui, ali, mas no fundo não está em lugar nenhum (numa referência a Elvis Presley). Alguns agentes dizem que ele está muito doente, com problemas nos rins. Outros acreditam até mesmo que ele está morto.
O que as fontes entrevistadas pela Newsweek discutem é o real poder de fogo da Al-Qaeda.
Quando ocorreram os ataques de 2001 nos Estados Unidos, a rede terrorista dependia de chefes tribais do Afeganistão. O número de membros não passava de 3.000. E eles não contavam com equipamentos modernos.
Hoje, apesar das baixas (muitos foram mortos ou capturados pelos EUA após os ataques de 2001), os membros restantes estão mais preparados - e contam com a internet para planejar suas ações criminosas.
O analista Jason Burke diz que os Estados Unidos estão longe de capturar Bin Laden. Autor do livro “Al-Qaeda: a verdadeira história do radicalismo islâmico”, recém-lançado no Brasil, ele afirma que a Al-Qaeda é hoje bem diferente do que foi no passado.
Para ele, os militantes podem, sim, realizar novos ataques. "O que temos visto são ataques cada vez mais amadores, sem organização profissional, ou treinamento. A Al-Qaeda não deixou de ser uma ameaça, apenas se tornou uma ameaça diferente, trocando o profissionalismo por uma estrutura mais difusa e diversa, mas ainda assim efetiva", disse Burke.
Os Estados Unidos relembram nesta terça-feira (11) o sexto aniversário dos ataques de 11 de setembro com eventos de menor envergadura do que nos anos anteriores, num momento em que se enfrenta uma crescente preocupação pelo conflito batizado de "guerra ao terror" que o país lidera.
Em Nova York, onde mais de 2.700 pessoas morreram quando 2 aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, os bombeiros lerão os nomes dos falecidos durante uma cerimônia solene a ser realizada na terça-feira.
Diferentemente dos outros anos, a maior das cerimônias da terça-feira vai acontecer no "Marco Zero", a área onde estavam as torres gêmeas, e não no mesmo lugar, onde são realizadas obras para construir novos arranha-céus e um memorial.
Neste que se transformou em um rito anual, a leitura dos nomes dos falecidos será interrompida com 4 pausas de silêncio, que marcarão o momento exato em que os aviões atingiram as torres e quando os prédios desabaram.
Os sinos das igrejas tocarão às 8h46 (horário local) para marcar o momento exato no que o 1º avião, o vôo 11 da American Airlines, se chocou contra a Torre Norte. Depois disso, familiares das vítimas poderão descer por uma longa rampa no lugar onde se localizava o World Trade Center para depositar flores e orar.
A cerimônia é menor do que a do ano passado, quando o presidente George W. Bush ofereceu uma coroa de flores e leu uma mensagem à nação. Bush, que este ano pediu aos americanos que lembrem do aniversário com serviços religiosos e uma vigília com velas, participará em Washington em uma cerimônia em homenagem às vítimas e, em seguida, será respeitado 1 minuto de silêncio na Casa Branca.
"O problema principal é combater o extremismo, reconhecer que a história nos chamou para a ação", disse Bush no mês passado, mantendo a postura que defende desde os ataques. "Combatendo aos extremistas e radicais, ajudamos às pessoas a realizares seus sonhos. E ajudas às pessoas a construir seus sonhos, nos leva a promover a paz", completou.
No "Marco Zero", o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg será o responsável pela cerimônia na qual seu antecessor, Rudolph Giuliani, pronunciará um discurso.
Alguns dos familiares das vítimas têm criticado a presença de Giuliani nos atos, levando em consideração suas ambições presidenciais. Como prefeito, Giuliani procurou minimizar o trauma dos ataques, mas especialmente os bombeiros têm criticado a resposta da cidade diante do desastre, acusando o político de tentar levar vantagem política com suas ações depois dos atentados terroristas de 11 de setembro.
A candidata democrata na corrida presidencial, a senadora por Nova York Hillary Clinton, também participará da cerimônia e vai ajudar a ler os nomes dos falecidos.
À noite, será realizado um "Tributo de Luz". Dois potentes feixes de luz projetados no céu sobre o Marco Zero simbolizarão as 2 torres atingidas.
PENSILVÂNIA
Em Shanksville, Pensilvânia, onde terroristas seqüestraram o avião do vôo 93 da United Airlines e fizeram cair em um campo remoto, também homenagens serão prestadas aos 40 passageiros e tripulantes mortos no ataque.
WASHINGTON
Em Washington, onde 184 pessoas morreram quando o vôo 77 da American Airlines se chocou contra o Pentágono, o Departamento de Defesa está organizando una "Caminhada pela liberdade" para o domingo em homenagem aos mortos e para mostrar seu apoio às tropas americanas que estão a serviço no exterior

2 comentários:

Laurinha disse...

11 de Setembro de 2001 foi o dia que tive mais medo na minha vida. O meu filho tinha apenas 3 meses de nascido, estava no bercario e eu tinha acabado de voltar ao trabalho depois da minha licensa maternidade. O pais inteiro parou, e naquelas primeiras horas ninguem sabia o que estava acontecendo e aonde seriam os proximos ataques. Foi um dia horrivel!

Andréa Brelaz disse...

Estava trabalhando e acompanhando pela internet (sites do UOl e BBC) e não acreditava no que estava vendo e ouvindo. Eram imagens apavorantes!

Tive muito medo nesse dia e nos dias seguintes, no que poderia acontecer ao mundo (+ uma guerra???) e pensava logo na minha filha Marina que tinha apenas 9 meses de vida.

Assisti os filmes "Vôo 93" e "as Torres gêmeas" e fiquei mais abalada ainda.